Estudo destaca a importância da microbiota intestinal e escolhas alimentares para a saúde mental
O último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que quase um bilhão de pessoas – incluindo 14% dos adolescentes do mundo – viviam com um transtorno mental. O suicídio foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes e 58% dos suicídios ocorreram antes dos 50 anos de idade.
O corpo humano é hospedeiro de diversos microrganismos, dos quais a maioria se encontra no intestino. A microbiota intestinal é definida como o conjunto de microrganismos (não só bactérias) que habitam o trato gastrointestinal e desempenham diferentes funções no corpo humano, com influência na saúde e metabolismo, o sistema imune (sistema de proteção contra doenças) e a produção de hormônios. Atualmente tem se estudado a influência da microbiota intestinal na saúde mental. Esta relação se dá por meio do eixo intestino-cérebro que é uma via de comunicação bidirecional composta por hormônios, células imunes, moléculas microbianas, entre outras.
O papel da microbiota intestinal para a manutenção da saúde mental, se dá uma vez que participa da regulação de funções cerebrais, modulando comportamentos e processos psicológicos que afetam o humor e a cognição.
Quando há desequilíbrio na microbiota intestinal, tem-se a disbiose, caracterizada por uma maior quantidade de bactérias patogênicas do que bactérias benéficas ( isto é , mais bactérias causadoras de doenças). Assim, o organismo fica propenso a ter ativação de resposta imune pela passagem de bactérias patológicas pela barreira do intestino e também ativar a vias de estresse. Esses, desequilíbrios na microbiota intestinal têm sido associados a maior risco para transtornos do neurodesenvolvimento e desequilíbrio na saúde mental.
Sabendo que a alimentação tem um impacto significativo na composição e função do microbiota intestinal, destaca-se alguns exemplos de práticas na alimentação que contribuem para o equilíbrio da saúde intestinal e mental:
1- Devemos o consumo de alimentos e preparações culinárias fermentadas, reconhecidas como boas fontes de probióticos, com culturas de bactérias vivas. Exemplos: kombucha, kefir, iogurte, leite fermentado, picles, vinagre de maçã não pasteurizado e outros.
2- Consumir alimentos fontes de prebióticos, que funcionam como alimentos para as bactérias benéficas, estimulando o seu crescimento. Exemplos: banana, aspargos, cereais integrais, leguminosas, alho-poró, cebola e alho.
3- Evitar o consumo frequente de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares, gorduras e diversos aditivos capazes de alterar a composição da microbiota intestinal, levando ao seu desequilíbrio. Exemplos: salgadinhos de pacote, linguiças e embutidos, biscoitos recheados, bebidas açucaradas em caixa ou pó, misturas para bolos, tortas e pudins, sorvetes, molhos e temperos prontos
Então se você deseja ter uma boa saúde mental, comece cuidando da saúde do seu intestino.
De Mayla Toffolo, coordenadora do Genmuca, para a Radio Itatiaia Ouro Preto
Fonte: Matheus Renovato para Itatiaia – Foto: Denamorado para Freepik