Fadiga generalizada durante a pandemia de covid-19: uma enquete da WebMD

Nota da editora: Veja as últimas notícias e orientações sobre a covid-19 em nosso Centro de Informações sobre o novo coronavírus SARS-CoV-2 .

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A maioria das pessoas apresenta fadiga da covid-19 algumas vezes por semana, mas homens e mulheres, assim como indivíduos jovens e mais velhos, reagem de formas diferentes, segundo uma recente enquete da WebMD.

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A pesquisa, realizada de 23 de dezembro de 2021 a 04 de janeiro de 2022, indagou aos leitores da WebMD com que frequência eles têm apresentado sintomas de fadiga ao longo da pandemia de covid-19. Fadiga foi caracterizada como “raiva, exaustão, frustração ou simplesmente estar farto(a) das disrupções causadas em sua vida ou na vida de seus amigos e familiares”; 489 leitores participaram da pesquisa (120 homens e 369 mulheres).

Cerca de três quartos dos entrevistados disseram que estão tendo esses sentimentos.

As mulheres têm fadiga com mais frequência

Pouco mais de um terço (34%) dos homens referiram fadiga diariamente versus 40% das mulheres; 18% dos entrevistados do sexo masculino disseram que esses sentimentos ocorrem algumas vezes por semana, em comparação com 25% das mulheres.

Alguns (34% dos homens e 23% das mulheres) disseram não ter esses sentimentos e indicaram que se ajustaram bem às restrições e mudanças associadas à pandemia.

Os resultados da pesquisa também destacam experiências diferentes por idade e mostram que as pessoas mais jovens estão mais preocupadas com os efeitos da pandemia.

No grupo de indivíduos com menos de 45 anos, quase metade (46%) relatou fadiga relacionada à pandemia diariamente, em comparação com 31% das pessoas com 45 anos ou mais; 27% do grupo mais jovem afirmou sentir os sintomas algumas vezes por semana, em oposição a 18% do grupo mais velho. Quatro vezes mais integrantes do grupo mais velho (21% versus 5%) disseram que raramente apresentam esses sintomas.

A pesquisa indagou sobre os impactos na saúde emocional em longo prazo e identificou um nível de preocupação considerável.

Tabela. Você está preocupado com o impacto da pandemia na sua saúde emocional em longo prazo?

Resposta Homens Mulheres Menores de 45 anos Maiores de 45 anos
Sim 43% 60% 68% 46%
Não 57% 40% 32% 54%

Os padrões de alimentação e bebida diferem de acordo com o sexo e a idade

Enquanto quase um terço das mulheres disseram que vêm comendo mais (32%) desde o início da pandemia, apenas 19% dos homens relataram o mesmo. A maioria dos homens (61%) informou que está comendo a mesma quantidade, em comparação com 42% das mulheres.

Por idade, o grupo mais jovem foi mais propenso a comer menos (30%), em comparação com 20% do grupo de 45 anos ou mais, que apresentou uma tendência muito maior de relatar comer a mesma quantidade (53%), em comparação com 39% do grupo mais jovem.

Entre os que consomem bebidas alcoólicas, 16% a 17% de homens e mulheres disseram que passaram a beber mais na pandemia. Os entrevistados mais jovens foram mais propensos a dizer que estão bebendo mais (20%) do que os participantes do grupo > 45 anos (14%). De 11% a 15% dos participantes (ambos os sexos e todas as faixas etárias) relataram que estão bebendo menos atualmente. Quase metade dos entrevistados (46%) informou que não consome bebidas alcoólicas.

Combatendo os efeitos

A pesquisa indagou sobre as atividades praticadas para combater a fadiga, e embora os homens e as mulheres tenham apresentado a mesma probabilidade de relatar prática de atividades físicas, incluindo caminhadas, trilhas e exercícios físicos, as mulheres foram mais propensas a participar das demais atividades.

Por exemplo, elas foram mais inclinadas do que eles a:

  • Falar com um profissional de saúde mental (22% versus 6%)
  • Permanecer em contato com seus familiares, amigos e colegas de trabalho (47% versus 27%)
  • Começar um novo passatempo (28% versus 16%)
  • Usar técnicas de relaxamento (32% versus 16%)

Mais homens do que mulheres (29% versus 24%) disseram não ter usado nenhum método para combater a fadiga.

Os mais jovens foram mais propensos do que os mais velhos a relatar prática de atividade física para combater o estresse gerado pela pandemia (47% versus 33%). Os mais jovens foram quase duas vezes mais propensos a iniciar um novo passatempo ou falar com um profissional de saúde mental (31% versus 17% e 25% versus 12%, respectivamente).

Mulheres e grupo com indivíduos mais jovens relatam menos paciência

A pesquisa solicitou que os entrevistados avaliassem como eles caracterizariam qualquer mudança de comportamento em sua interação com outras pessoas.

Mais mulheres e pessoas abaixo de 45 anos referiram impaciência e “um pavio mais curto” do que antes da pandemia (26% versus 18% e 31% versus 17%, respectivamente).

As mulheres também foram mais propensas a dizer que ficaram mais reservadas e passaram a falar menos durante a pandemia do que os homens.

Quase metade (49%) dos homens disse não ter tido mudanças comportamentais; 34% das mulheres disseram o mesmo.

Poucos participantes (2% a 6%), independentemente da idade ou do sexo, disseram que se tornaram mais sociáveis ou passaram a interagir mais com outras pessoas.

A pesquisa destacou que a covid-19 continua sendo tema de conversas entre amigos e familiares: 61% de todos os entrevistados disseram que falam sobre o assunto tanto ou mais do que no início da pandemia.

As mulheres foram mais propensas do que os homens a afirmar que falam mais sobre este assunto atualmente (32% versus 18%).

Marcia Frellick é jornalista freelancer residente de Chicago. Ela já assinou artigos em Chicago Tribune, Science News e Nurse.com, e atuou como editora no Chicago Sun-TimesCincinnati Enquirer e no St. Cloud Times. Acompanhe seu trabalho no Twitter: @mfrellick

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Fonte: Marcia Frellick para MedscapeFoto: Eddie K para Pixabay

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