Horas extras não melhoram finanças, mas levam a burnout, diz estudo

Os norte-americanos que trabalham demais estão esgotados.

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A saúde está sofrendo e eles estão deixando de ficar com as pessoas que amam. De forma paradoxal, o tempo extra dedicado ao trabalho não está aliviando suas inseguranças financeiras. É o que afirma um novo estudo realizado pelo Sleep Junkie e fornecido com exclusividade ao Yahoo Finance.

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Três em cada cinco trabalhadores que trabalham entre 50 e 59 horas por semana relataram se sentir sobrecarregados, segundo os resultados da pesquisa. Mais de três quartos daqueles que trabalham 60 horas semanais ou mais disseram o mesmo.

A pesquisa envolveu 1.036 participantes que trabalham 40 horas ou mais por semana consistentemente, um total muito maior do que a média observada nos Estados Unidos, de 34,4 horas por semana, de acordo com o relatório mais recente da Secretaria de Estatísticas Trabalhistas do país.

Sem tempo pessoal ou para a família

O tempo – ou, na verdade, a falta dele – é o cerne da questão para os norte-americanos sobrecarregados.

A situação fez com que os trabalhadores entrassem em um círculo vicioso: dois terços dos participantes da pesquisa afirmam ter que trabalhar muitas horas para conseguir pagar as contas, mas isso diminui significativamente o tempo livre que pode ser dedicado à família ou ao lazer.

Sete em cada dez daqueles que trabalham mais de 50 horas por semana precisam sustentar dependentes, e 92% afirmaram que trabalham muito para conseguir fazer isso, segundo a pesquisa. Quase quatro a cada cinco afirmaram que a carga horária excessiva diminui o tempo que poderiam dedicar a seus filhos.

Quanto mais horas os norte-americanos trabalham, menos tempo eles têm para si mesmos.

Apenas dois em cada cinco dos que trabalham 60 horas semanais ou mais afirmaram ter tempo livre suficiente, e apenas metade deles acredita ter tempo para relaxar e se divertir.

Trabalho e saúde

A pesquisa também descobriu que o excesso de trabalho causa exaustão física e emocional. Quatro em cada cinco daqueles que trabalham pelo menos 50 horas por semana afirmaram que seu ritmo de trabalho é insustentável.

O estresse ocupacional também pode levar ao absenteísmo crônico no trabalho e até a acidentes. Uma em cada quatro pessoas que trabalham mais de 50 horas por semana relatou ter cometido um erro potencialmente perigoso no trabalho por causa do estresse ou da fadiga.

Os problemas físicos e psicológicos de funcionários esgotados custam cerca de U$ 300 bilhões anuais aos Estados Unidos, segundo o Instituto Americano do Estresse.

No entanto, metade dos participantes da pesquisa do Sleep Junkie que trabalham mais de 50 horas por semana não tinham consciência da associação entre as longas horas de trabalho e os efeitos adversos na saúde e no bem-estar.

As longas horas não garantem benefícios financeiros

Infelizmente, passar dias e noites no trabalho não é garantia de uma recompensa maior no dia do pagamento. Aqueles que mais trabalham são os que mais ficam angustiados em relação ao dinheiro, conforme a pesquisa descobriu.

Mais de três quartos dos que trabalham mais de 60 horas por semana se preocupam com as contas pelo menos uma vez por mês. Para mais de um quarto, elas são uma fonte de estresse diário.

Três em cada cinco participantes trabalhando 50 ou mais horas por semana têm vários empregos para conseguir ganhar a renda que querem ou precisam. Dois terços de todos os participantes afirmaram que trabalhar demais é uma necessidade.

Infelizmente, parece não haver uma luz no fim do túnel para o problema.

Sete em cada 10 participantes que trabalham 50 horas ou mais, esperam manter seus cronogramas de trabalho atuais no futuro. Apenas 29% deles veem suas longas horas como algo temporário.

Fonte: Stephanie Asymkos para YahooFoto: Jan Vašek para Pixabay

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